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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Câncer de mama e exercício físico

O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer do Brasil, 49.400 novos casos de câncer de mama em 2008, com um risco estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres. Sendo que uma proporção significativa de casos ainda é diagnosticada em estádios avançados.

O tratamento de mulheres com câncer de mama nestes estádios usualmente requer a combinação de diferentes modalidades terapêuticas, tais como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Essas terapias podem determinar efeitos adversos como anemia, náuseas, fadiga, comprometimento da função cardíaca, redução da massa muscular, falência ovariana com consequente diminuição da densidade mineral óssea e sintomas climatéricos. As alterações se repercutem negativamente nas capacidades físicas, psicológicas e na qualidade de vida destas mulheres Nesse sentido, a reabilitação de mulheres sobreviventes ao câncer de mama se faz necessário, possibilitando reintegrá-las às suas atividades de vida diária no menor tempo possível, após o término do tratamento oncológico.

Nesse contexto, o exercício físico pode apresentar-se como um poderoso aliado não só na reabilitação física, mas também no bem-estar psicológico e na qualidade de vida de mulheres sobreviventes ao câncer de mama. Porém, apesar das limitações físicas decorrentes do tratamento antineoplásico, a prática de exercícios físicos ainda não faz parte dos protocolos de reabilitação dessas mulheres.

A prática de atividade física é uma das principais recomendações para evitar o aparecimento de condições crônico-degenerativas. Contudo, estima-se que a inatividade física acometa aproximadamente 75% da população mundial, sendo mais prevalente entre mulheres e relacionada à classe socioeconômica e raça/etnia. A inatividade física tende a aumentar com a idade entre mulheres, acentuando-se após a menopausa.

O nível de atividade física pode ser mensurado indiretamente, através de questionários e diretamente, medindo-se o consumo de oxigênio durante o esforço físico. Evidências apontam que um aumento no gasto energético através do exercício físico proporcionaria um impacto positivo na sobrevida e minimizaria a morbidade relacionada ao câncer de mama.

Entretanto, os possíveis benefícios do exercício físico para mulheres com câncer de mama ainda são controversos.


Potência aeróbia

A potência aeróbia ou capacidade cardiorrespiratória consiste na habilidade máxima do organismo em transportar e utilizar o oxigênio em condições de exercício. O índice utilizado para avaliar a potência aeróbia é o consumo máximo de oxigênio (VO2max).Esse índice pode ser mensurado através da ergoespirometria e serve como referência para a prescrição de exercícios físicos aeróbios e análise dos parâmetros cardiopulmonares ergospirometria possibilita uma medida objetiva da atividade física aeróbia crônica, permitindo avaliar a capacidade de realizar exercícios físicos e os riscos associados à prática desses exercícios.

A relevância da avaliação da potência aeróbia em mulheres acometidas por câncer de mama está na existência de dados que apontam uma relação entre sobrevida e capacidade cardiorrespiratória, ou seja, baixos valores de potência aeróbia se associam a maiores taxas de mortalidade.

Baixos valores de VO2max são prejudiciais porque, além de se associarem à mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares, levam o indivíduo a realizar esforços próximos do seu máximo, apenas executando atividades domésticas ou de lazer. Como o organismo não suporta a realização de atividades que exijam um consumo máximo de oxigênio por tempo prolongado, a fadiga severa seria alcançada em atividades leves como varrer. Nesse sentido, a elevação do VO2, principalmente em indivíduos com câncer, poderia ser benéfica por favorecer a saúde geral, aumentando sua capacidade funcional e o grau de independência na realização de tarefas diárias. Apesar de dados favoráveis, a prática de exercícios físicos é limitada devido a barreiras como fadiga, ausência de motivação, acompanhamento adequado e de suporte familiar.

Complicações do tratamento

Além de aumentar a sobrevida livre de doença e a sobrevida global, a terapia antineoplásica se associa a efeitos adversos que podem colaborar na redução da capacidade cardiorrespiratória. A radioterapia pode determinar danos cosméticos, redução da elasticidade dos tecidos, linfedema de membros superiores, plexopatia braquial, além de diminuição da força e da mobilidade e toxicidade cardiopulmonar.

A quimioterapia se associa a ataxia, anemia, fadiga, anorexia, neutropenia, trombocitopenia, neuropatias periféricas e cardiotoxicidade. Ainda, a quimioterapia pode conduzir à alteração nos níveis circulantes de proteínas apoptóticas e de substâncias inflamatórias no sangue além de causar distúrbios na difusão do oxigênio à distância, na contagem da hemoglobina e disfunção contrátil nos músculos-esqueléticos.

Os efeitos colaterais da hormonioterapia são ganho de peso, diminuição da massa magra, fraqueza muscular proximal, acúmulo de gordura no tronco e na face, osteoporose e intercorrências cardiovasculares. Associadas às repercussões negativas nos aspectos físicos, podem haver alterações emocionais como depressão, ansiedade, baixa autoestima, percepção negativa da imagem corporal e pior qualidade de vida.

Fadiga e risco de morte

Além de comorbidades, a inatividade física se associa a um maior risco de morte em mulheres com câncer de mama. Há uma relação entre estilo de vida e sobrevida após o diagnóstico de câncer Dessa forma, mulheres com um gasto calórico superior a 9 METs/semana apresentam um risco de morte por todas as causas 40% menor, quando comparadas a mulheres também acometidas por câncer de mama, porém com um gasto inferior(6).

A fadiga é outro processo que pode ser acentuado pela redução da potência aeróbia. Habitualmente pacientes com câncer são orientadas a reduzir os esforços físicos para evitar a fadiga, porém essa redução leva à diminuição da condição aeróbica e da massa muscular que, por sua vez, diminuem a capacidade de trabalho e elevam ainda mais a fadiga(16). Esse mecanismo estaria associado a diversos outros que tentam explicar a fadiga crônica em pacientes de câncer, que pode perdurar por vários anos após o final do tratamento.

O descondicionamento excessivo também alteraria os estados de humor pela diminuição da capacidade funcional, da independência, elevação da hipocinesia e aumento do isolamento social. Há indícios de uma relação bidirecional entre depressão e fadiga. A fadiga representaria uma complicação da depressão ou a depressão ocorreria devido à interferência da fadiga na capacidade de trabalho e nas relações sociais. Contudo, essa relação não está totalmente esclarecida.

Benefícios do exercício físico

Estudos revelam que é pequena a proporção de mulheres diagnosticadas com câncer que realizam atividade física. Apenas 32% das mulheres com câncer atingem o nível de atividade física recomendado para mulheres saudáveis, isto é, 150 minutos/semana. Além disso, há uma tendência à redução em duas horas/semana do nível de atividade física após o diagnóstico de câncer de mama, sendo que mulheres obesas apresentam uma redução ainda maior.


Dados a respeito do nível de atividade física em mulheres brasileiras sobreviventes ao câncer, avaliadas através do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), revelaram que 50% da amostra são sedentárias ou insuficientemente ativas, sendo que estes valores chegam a 63,4% em mulheres com câncer de mama e hipertensão arterial, não sendo, contudo, diferente da população saudável.

Vários estudos buscam correlacionar melhorias nos parâmetros clínicos, físicos, psicológicos e na qualidade de vida após a participação em programas de exercício, durante e após o tratamento do câncer de mama.

As prescrições de exercícios aeróbios descritos na literatura para mulheres com câncer de mama variam entre 60% e 80% da frequência cardíaca máxima, ocorrendo com uma frequência semanal de duas a seis vezes, e as sessões com duração que variam entre 20 e 60 minutos. As atividades mais praticadas são caminhada (em ambiente aberto ou esteiras), corrida e ciclismo em bicicleta estacionária. Já os exercícios de força, ou resistidos, tinham uma frequência semanal de duas a três vezes, com cargas constantes ou progressivas, que atingiam 60% a 80% de 1 repetição máxima (1 RM), sendo as séries compostas de 2 a 12 repetições por exercícios (19).

Alguns dos benefícios encontrados em indivíduos submetidos a programas de exercícios aeróbios seriam: diminuição da fadiga e elevação dos níveis de hemoglobina, de células natural killer, e de linfócitos sanguíneos, prevenção e melhoria do quadro clínico do linfedema de braço, além de elevação da função cardiorrespiratória. Também foram encontrados benefícios em programas que combinaram exercícios aeróbios e resistidos como manutenção e aumento da massa muscular e óssea, preservação da funcionalidade individual e redução da fadiga. Assim, tiveram diminuídos os efeitos colaterais sobre a saúde óssea e minimizados os impactos na mobilidade e funcionalidade destas mulheres.

Quanto ao bem-estar psicológico, as melhorias advieram de exercícios aeróbios, anaeróbios e de atividades como yoga e tai-chi-chuan e se concentraram na autoestima, imagem corporal, na ansiedade e depressão, além dos estados de humor. Contudo, os mecanismos pelos quais ocorreriam esses benefícios ocorrem ainda não estão claros.

Alguns autores afirmam que mulheres portadoras de câncer mais ativas parecem ter uma melhor qualidade de vida do que aquelas menos ativas mas seus resultados não são capazes de mostrar se esses benefícios provêm de uma melhoria nas capacidades físicas ou de outros fatores associados ao exercício. Alterações sociocognitivas como aumento da sensação de poder, do autocontrole, da autopercepção, feedback positivos de outros, interações sociais, distração e benefícios aos estados de humor poderiam contribuir para essas melhorias.

Contraindicações

As contra-indicações à prática de exercícios físicos se relacionam aos exercícios vigorosos e intensos em períodos de febre, dor, sangramento e infecção, devido à possível alteração na função imunológica e recuperação do estresse físico. Porém, aspectos como anemia e fadiga não são fatores que contraindiquem a participação em programas de reabilitação baseados em exercícios físicos. Mesmo em indivíduos com câncer de mama metastático, o exercício foi eficaz no aumento do VO2max e da capacidade de trabalho, não apresentando efeito adverso durante o período de treinamento. A Sociedade Americana de Câncer informa ainda não haver evidências biológicas significativas sobre nenhum efeito adverso do exercício físico durante o tratamento e a recuperação do câncer


Apesar dos dados positivos apresentados nesta revisão, as afirmações relacionadas ao câncer de mama e exercício físico ainda são escassas. Até o momento, mesmo havendo uma tendência favorável ao exercício como parte do tratamento e reabilitação, não há padrões generalistas sobre a prescrição do exercício físico para indivíduos acometidos pelo câncer. Entretanto, em mulheres sobreviventes ao câncer de mama, níveis elevados de atividade física seriam valiosos por colaborarem no aumento da sobrevida, atuando na manutenção e melhoria de diversos mecanismos fisiológicos como: força, equilíbrio, flexibilidade, capacidades coordenativas e aptidão cardiovascular, além de reduzir o IMC, contribuir para manter ou aumentar a densidade mineral óssea e contribuir para a qualidade de vida.



Grassyara Pinho Tolentino
Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF.
Cláudio Battaglini
University of North Carolina at Chapel Hill, Department of Exercise and Sport Science, Chapel Hill, NC, EUA.
Délio Marques Conde
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás.
Selma Silva de Araújo, Arturo Santana Otaño
Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF.
Ricardo Jacó de Oliveira
Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF.




Faça sempre o auto-exame!

o.
O auto-exame das mamas leva apenas alguns minutos e você só precisa fazer uma vez por mês.

No entanto, o Instituto Nacional do Câncer no Brasil recomenda que esse exame não substitua o exame clínico de amam, que deve ser feito anualmente por um médico.

Não tenha medo
Muitas mulheres têm "medo" de fazer o autoexame, mas ele é a melhor e mais fácil maneira de se diagnosticar os tumores de mama nas fases iniciais.

Quando fazer?
Se você tem menstruações, faça o exame uma semana após acabar o fluxo. Se você não tem, marque um dia do mês, por exemplo, dia primeiro, e faça o exame sempre nesse dia.

Eu não encontro nada!!!
A finalidade do exame não é "encontrar" alguma coisa, mas acostumá-la a examinar a sua mama. Quanto mais você fizer, mais conhecerá sua mama. Isso permitirá que você encontre uma "mudança" e possa avisar o seu médico.

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